"Restam-se as glórias
Empoeiradas no tempo
Manchadas vitórias
A se esvair com o vento
Deixar que os sinos soem
Nesses dias confusos
Não deixar que me perdoem
Não perdoar meu infortúnio
Cravar com dentes podres
Meu ultimo pedaço de carne
Destruir com sonhos disformes
Cada pedaço da minha vaidade
Enfurecer com olhos tristes
Machucar sorrisos inocentes
Culpar cada coração que ainda me ama
Me isolar completamente
Onde o amor não me encontre
Onde a luz não me perturbe
Quero esquecer as suas vozes
Escurecer minhas virtudes"
Beijos e Boa Sorte!
Duas cervejas
Há 5 anos
Este seu poema me lembrou, por algum motivo, de Florbela Espanca. Mais especificamente, do poema "Tortura". Adoro a descrição que ela faz desta dor que se sente.
ResponderExcluir"Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...
Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...
São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!"